20120103

3436 Encurralado por sua ilusão

A estas alturas,
Depois de outonos
E mais outonos
Tenho me repetido
Mais de mil vezes,
Que deveria acabar
De uma vez por todas
De virar,
Desistir de tentar
Pegar
Aquela levitante fibra,
Aquele inascível pitada,
Essa seu sorriso mutante
Como etérea
Evanescente nuvem.

Conjurar
Este corpo
Envelhecido
E por combustão
Espontânea
Extinguir
Este subjugado
Coração.

Mas como?

Se cada batida, sopro
Respiração,
Golpe de pupilas,
Sensação,
Levam como marca
De fábrica o seu nome
Eles têm por destino
Seu sexo,
Eles vêm amarrados a nada
Que rodeia sua nação.

E embora eu queira
Deixar cair meus ramos,
Minhas folhas, meus ninhos,
Nesta noite funda
Eu sento
Que eu estou sitiado por seus beijos
Encurralado por sua ilusão.

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