20240424

5737 Raízes amargas e flores de nostalgia

Mastigo sem força 
Uma raiz amarga 
Como um bisão solitário 
Que erra ziguezagueando 
Pelos vastos prados da alma, 
Buscando desesperadamente 
A doce lembrança do seu olhar 
E me perco entre os mistérios, 
Vagueio no labirinto da calma.

Nas minhas lembranças, 
Sua flor acerba se ergue
E como um farol cuja luz 
Projeta um halo de nostalgia.

É a mordida de uma áspide, 
De um chacal do deserto, 
De uma hiena que ri zombando.

Pego suas pétalas ásperas 
Entre meus lábios 
E como um oleiro 
Que vive moldando 
A argila da dor, 
Esculpo minhas mágoas 
Em forma de coração 
E lágrimas.

Meu desejo se transforma 
Em poeira estelar, 
Cristais moídos, 
Molibdênio frio, 
Resíduos de estramónio, 
Fragmentos de um universo 
Em constante perdição.

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