Este mar originou-se
Pelo acúmulo
Precipitado
De minhas lágrimas
Na depressão natural
Deixada pela migração
De suas magníficas asas.
O afundamento
Da minha terra seca,
O movimento telúrico
Que a sua partida causou
Na estrutura
Dos meus ossos.
E eu me pergunto hoje
Como suspira um fantasma,
Como é que um espectro
Exala seu lamento,
Como conseguir uma regressão
À felicidade na minha cama.
Esse vazio desolado
Deixado pela própria solidão
É preenchido pelos rios
Dos meus olhos,
Pelo derretimento
Prematuro
Da minha geleira.
As colunas de Hércules
Que sustentavam
Meu mundo conhecido
Desmoronaram-se sob o dilúvio
Que flui da desolação
Do meu olhar.
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