19980131

1695 Raio de sol

Eu não sei se era uma chance do destino
Ou uma oportunidade que me permitia a providência,
Eu não sei se era um oásis em minha estrada
Ou um de meus acesos de loucura
Mas quando o raio de sol chegou a minha vida,
Naquele mesmo momento
Eu descobri seus olhos.
E a majestade dos seus olhos de fogo
Amarrou-me à sua figura
Como labirinto de veias e artérias.
E a sobriedade de seus olhos serenos
Encadeou-me à sua doçura
Como confusão de fogo e cera.
E a beleza de seus olhos tão tenros
Atou-me à sua cadeira
Como mistura de cordas e madeira.
Resolvi que a causa sua
Poderia eu riscar
Minha máscara, minha faixa e meu cabelo
Como se fosse um lutador olímpico,
Sem que me importasse arder,
Queimar ou perder
Minha ilusão e meus sonhos
Entre os seus olhos de fogo.
O esplendor de seus olhos escrutaram
O mais íntimo em minha medula,
E a beleza absoluta de seu olhar
Reduziu-me para minha mais elementar cela.
Tenho sido cinza após de observar
O raio de sol de seus olhos de fogo
Tenho sido húmus, e escoria, e resíduo,
Vestígio, desperdício, despojo,
E partícula, e restolho,
Reduto de apoteose ante seu olhar.

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