20030131

2336 Eu rio de você

Com a velocidade constante
Com a qual eu amava você
Não era possível que eu estrelasse-me
Com outra coisa
Que não fosse a nada,
E não era porque meu pé
O carro de meu corpo
Acelerara,
Mas porque a indiferença
Tão tremenda de sua alma,
De um pedaço minúsculo de tempo
Não me dedicava nada.
Mas os tempos passam
E hoje
Que já estão restabelecidas
As cores de minha aura,
Que as estradas de minha vida
Estão abertas à graça,
Que correm como moedas legais
Meus tíquete à esperança,
Eu rio de você
Com tremendo riso
Porque a doçura ilimitada
Que possui minha língua
Embaixo de si
Já nunca por você
Vai poder ser alcançada.

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