20220712

4844 Do lado de fora de um teatro

A memória de seus olhos 
É como uma chispa 
Que se espalha pelo acendalha 
Do lado de fora de um teatro.

Lá dentro, no meu corpo, 
As cortinas dos meus camarotes 
São alcançadas pelas centelhas 
Que são expelidas da sua mão.

Em êxtase, observo enquanto o vento 
Das recordações compartilhadas 
Sobem pela minha medula espinhal,
Fazendo minha mielina tremer 
Com seus relampejares.

Minha nostálgica exalação
Nada mais faz do que aumentar 
As chamas que enchem 
De brilho e faíscas 
Todo o meu palco.

Com resignação, entendo 
Que vai afundar na minha memória
O sonho da minha saudade.

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