20220219

4442 Longe da vulgaridade

Acordei com o desejo
De pilotar a astronave
De sonhos de prata
Para rondar suas luas cheias.

Embarcar no seu carro
De carne e fogo,
Me teletransportar,
Subir até o nirvana,
Como o profeta Elias
Para o azul infinito.

E em uma loucura
De redemoinhos,
Girar em um centro comum
Sem medo, sem asas,
Sem redes
Como trapezistas de circo.

As manhãs malva
De fevereiro
Me fazem sentir assim.

São os dias
Em que seu corpo
E meu corpo
Quentinhos
Em centrípeta atração
Giraram, giram e girarão
Em um vórtice ciclônico,
Nas más altas níveis
Da troposfera,
Longe da vulgaridade.

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