20110727

3241 Que ao cair no meu travesseiro eu desnuque

Que ao cair no meu travesseiro eu desnuque
Ou que entrando na névoa dos sonhos
Tenha eu desejos de comer
Cogumelos selvagens
E ver se eu tenho a fortuna
De achar
Uma Amanita muscaria
Que me faça pedaços
O peito com tudo e coração.

Eu tenho nadado em fogo lento
Queimando-me como bonzo
No desespero.

O cheiro de sua aura
Induziu-me a ser
Coletor compulsivo
Da imagem de seu riso
E eu comprei tudo e cada um
Dos ingressos
Do camarote e os terraços
Quando você deu o espetáculo
De sua efêmera flama.

No hay comentarios.: