20130123

3637 O meu ser

O meu ser
Era uma desértica
Terra pulverulenta,
Até que
Qual onda de tsunami
Na Atlântida
Ou aguaceiro do dilúvio universal
O arquétipo
De seu sorriso
Ante mim
Satisfez a meu coração,
Devastou minha melancolia,
Arrasou o penar
Que secava minha velha ferida.

Meu ser
Era um cavernícola
Ente sem olhos,
Até que
Qual supernova
Na gênese
Ou no começo do big bang
A explosão
De sua figura
Ante mim
Definiu o adorável,
Contornou a harmonia,
Configurou a beleza
Perante minhas pupilas.

Foi um entardecer
Faz mais
De cento e vinte luas
E minha alma voou
Enroscado
No brilho
De sua chama,
Embrulhado no vislumbre
De sua aura.
Saturou o meu corpo
O aroma de seu sexo
Amalgamado
Com o iniciático
Murmúrio
Do mar.

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