20100131

3095 Este trem de desvario

Dedico esta nuvem,
Que cai de meus olhos
Como cotilédones cadentes,
A tenra e doce
Apócrifa sensação
Que você mi fez viver.

E para que não fiquem duvidas
Do que estou dizendo,
Falo deste trem de desvario
No qual você mi fez andar,
Sendo cada vértebra
Uma efêmera estação.

Abordamos sem passagem nenhum
E sem premeditação,
E creia-me que os panoramas
Etéreos que mi fez viver
Ficaram imantadas à minhas retinas
Impregnados à mielina
De meus nervos
Pegados às paredes
Vazias do meu interior.

Quero dizer,
Sua língua e minha língua
Foram elos,
E meu corpo e seu corpo
Sitiaram sem remorso
A cruel desolação.

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