Há dias como pássaros.
Alguns são como pardais puladores
À beira de minha nua janela,
Outros são papagaios coloridos
Explodindo de delírios em minha cama,
Há dias que são corujas silenciosas
Com a opacidade absoluta do cinza,
Também há dias que são abutres
Insones esperando devorar minha carne,
E há dias tão terríveis como corvos
Na névoa: frios, escuros, perturbadores.
Eu me lembro desses dias
Da gênese quando você me criou
Um novo céu e uma nova terra,
Aquele dia quando minha psique inflamou
Afiançando as fundações
De minha Nova Jerusalém.
E deste modo, como pássaro nômade
Chegou o dia de ontem,
Por exemplo,
Quando como um maluco
Adejando de lá pra cá
Eu procurei a orientação
E o refúgio
De seu peito:
Meu ninho.
Hoje, quando meus débeis suspiros
Não obtêm a atenção
De seu sorriso perolado
E meus desejos endoidados
Eles me forçam a gorjear
E dizer aos gritos
Seu nome sem atingir
Que sua mão balanceie
O desejo de meu corpo
E estas vontades de emigrar.
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