19930228

0882 Quando olho meu rosto em suas pupilas

Entre os prazeres mais esquisitos
Da minha vida terrenal
Está o observar
Meu rosto em suas pupilas
Porque quando olho em suas pupilas
A ternura mais pura
Que jamais tenho visto no meu existir
Mesmo desligam-se no meu interior
As forças mais estrepitosas
Que tenho desterradas
Nas longas terras do meu coração.
Quando olho meu rosto em suas pupilas
Sinto-me o homem mais indefenso
De toda a vasta existência
E é porque o prazer de ver
O amor que assoma-se
Como uma esplendorosa imperatriz
Nas limpas janelas de sua alma
Arroba-me os frágeis sensos
E faz subir meu espirito
Mais lá do mais lá do sétimo céu.
Quando contemplo meu rosto em suas pupilas
Minha alma muda-se toa frágil
Como uma pétala duma virginal flor
E chego a desvanecer meus sentimentos
Meus pensamentos, minhas pretensões
E minhas mais fortes insinuações
Diante de usa face
Quicas seja pela bonita cor café
Que têm sus femininos olhos,
Não sei.
O certo é que de jeito sei
Que quando olho meu rosto em suas pupilas
Sinto-me voar pelo ar
Como um gás etéreo
Sem forma preestabelecida
E sem peso específico
E torna-se meu ser o ser
Mais vulnerável à ternura
Que fluem das limpas lâmpadas
Que são seus olhos de cor café.

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